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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Os carros abrem pernas



Sei que muitos amigos que passam por aqui são fascinados com velocidade, status, esportividade. Meu grande fascínio sempre foi com motos de 4 cilindros. Porém nem sempre foi assim, ou melhor, o começo de tudo não passou nem perto de uma motoca.
Sou e fui um cara que corria atrás das coisas e sei muito bem o valor de tudo. Quando era menor de idade era louco por carros. Pirava quando saia do colégio com uns 13 anos de idade e sempre tinha uns boyzinhos com carro na porta esperando as garotas que eu era vidrado para pegar, e consequentemente não pegava. Um dos motivos? Não era eu naqueles carros.
Na verdade as latas velhas nem podiam ser considerado carros. Dentre os mais comuns, tínhamos o FIAT 147, Chevete normal e frente do Monza (Junior), Caravan e Gol. Todos rebaixados e com algum som, mesmo que fossem alto falantes fudidos. 

Vocês não têm noção no brilho dos meus olhos quando eu saia na porta da escola e via que moleques com, sei lá 3 ou 4 anos a mais que eu possuíam aquelas máquinas de pegar mulher. Eu via aquele veículo como um instrumento, uma carta branca, uma porta aberta, a porra de um vale tudo com todas mulheres do colégio, sem exceção. Na sala de aula os comentários das ninfas eram os mais entusiasmados. Lembro como se fosse hoje um diálogo de uma mina que todo mundo pagava maior pau e eu tinha um amor platônico, com outra miguxa:
- Fulana, você viu ontem Alfredinho de carro na saída. Ele estava lindo. Não tem medo de ser parado pela polícia e o pai dele é muito legal por que libera ele sair direto pra qualquer lugar.
- Eu vi Beltrana, nossa ele falou que depois quer conversar com você. Se fosse comigo eu já tava maluca de tanta emoção. Você sabe que depois que entrar no carro ele fica doido NE, você vai ter coragem?
- Fulana, é lógico, o que ele quiser eu faço.



Parceiros, quando ouvi isso fiquei arrasado (kkkkk). Tomei uma raiva maldita da mina, do cara, e do desgraçado do carro velho dele. Porra eu era novo, descente, bonito até para a média e a puta nem olhava pra mim. Agora o puto do cara era um reprovado que nem estudava mais e o seu “ogromóvel” (tava passando isso na época em malhação) fez o trabalho sozinho pra ele.
A partir daí comecei a juntar dinheiro para comprar um carro. Cheguei a ter em mãos uns R$300,00 na época, contudo os carros mais fudidos que davam para rodar custavam entre R$800,00 e R$1.200,00 e com toda certeza meu pai e minha mãe não seriam loucos o bastante para deixar eu dirigir um carro. Sem duvida, todos nós temos alguns exemplos assim estampados na nossa mente e enraizados nessa fase da adolescência. Ou seja, essa experiência eu não teria nunca mais. Passou. Fudeu. To velho já.
O motivo de eu tocar nesse assunto é para mostrar a dificuldade que temos em planejar o futuro e sermos honestos com nós mesmo. Às vezes na ânsia de angariar fundos e fundos para colhermos e depois desfrutarmos das benesses do ócio, não demos conta que momentos importantes estão passando e tem gente com menos conhecimento, cultura, e Q.I que ta comendo nosso jantar. Por isso não sou radical e curto o meio termo. Saiu quando dá. Todo ano viajo, desde que fique barato. E não abro mão de curtir o FDS no barraco, com muita cerveja, churrasco e piscina (tudo fica em média R$60,00 para cada um o fds todo).
Achei legal comentar esse fato, pois vejo colegas que não tem coragem de comprar um paçoca. Não estou criticando, até por que cada um sabe da sua vida. Mas não deixo passar facilmente boas oportunidades de aproveitar a vida gastando moderadamente pra pouco.
Pra quem gosta estou pensando em fazer um post sobre quanto eu gastei pra manter uma moto de 4 cilindros durante 8 meses. Acho que compensou, pois realizei um sonho, comi mulher, tirei onda e vendi ela reaplicando o dinheiro. Custo x Benefício acho que compensou.


6 comentários:

  1. E aí autoridade... blz?!. Cara, esse teu post me fez lembrar a minha adolescência. Minha experiência foi um pouco parecida, muda apenas a parte do carro, que ao invés desse era uma moto. As ninfas que eu tinha mô vontade de pegar só davam moral para os mlk que tinham moto, nesse tempo, quem possuía uma motoca fuleira era rico, kkkk.

    Vc tocou num assunto que venho pensando muito. A questão de o cara usufruir as oportunidades moderadamente.

    Estou bastante confiante que irei me sair bem no concurso da PC, caso consiga ser aprovado, tenho muitas preocupações se realmente conseguirei manter um padrão de vida mediano e assim conseguir aportar um valor considerável e constante, ou talvez, me deixarei influenciar pelas putarias, mulheres, badalação, coisas desse tipo...

    Gostaria que vc fizesse o post sobre como manteve um moto de alta cilindrada e se aproveitou dela pra abater umas ppkas kkk... Estarei no aguardo!

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    1. Blz, meu caro.

      Acho que todo classe média baixa já sofreu com isso. Só com muito trabalho e aporte conseguiremos sair dessa realidade.

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  2. Parabéns pelo blog. Compartilho a mesma ideia sobre poupar e investir visando à uma segurança financeira mas, sem deixar de aproveitar o que a vida tem a nos oferecer.


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    1. Tem que ter o meio termo né parceiro. Ficar vegetando, pra mim não rola. Igual o lance da motoca, comprei e curti pacas, tive um gasto aceitável e passei pra frente. Valeu a pena a experiência.

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  3. Parabéns pelo blog, cheguei aqui por seus comentários no pobreta. Acompanhando!

    Anon que não vê a hora de ter grana pra comprar um Corsa Wind pelado

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  4. KKKKK, rachando aqui velho. Corsa Wind pelado é foda.

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