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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Loucademia de Polícia.






Salve galera. Hoje irei relatar um dos bons momentos em que passei na Academia de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. Confesso que o tempo de formação foi curto, mesmo realizando a carga horária exigida pela SENASP (órgão federal que rege as diretrizes da segurança pública).

Lembro que o primeiro dia todos os aprovados, depois de quase um ano de testes aplicados posteriores a prova escrita, chegaram até o ginásio da Academia PCMG que fica na capital de MG.
Lá é uma área relativamente grande pela região, possui ginásio coberto, campo de futebol gramado, quadras, piscinas, academia de musculação, pista de corrida, em fim quase tudo que se é necessário em um campo de recreação e com fins de treinamento.

Na medida em que entravamos no ginásio fomos instruídos a esperar próxima a quadra principal. Assim o fizemos. E como fizemos. Ficamos esperando sentados por cerca de 3 horas até uma viva alma tomar a iniciativa e começar a apresentar a instituição. A partir daí o bicho pegou. Foi uma dezena de palestra de tudo quanto há. Acredito que sai de lá sabendo até de física quântica. Fomos instruídos de como nos apresentar durante o curso, vestimenta, calçado, acessórios para aulas praticas, etc.



Pois bem, nos apresentamos no segundo dia, todo mundo tentando se aproximar ao máximo do que foi solicitado anteriormente. Mas aspirante é aspirante (termo usado durante o curso, antes da posse), e sempre tem o dom de tornar uma coisa que é fácil em um verdadeiro desafio. O pedido era simples por parte da direção e consistia no seguinte:

- barba e cabelo feitos (só durante o curso, pois depois que virá PC, o fodas é seu, o estilo é seu, se quiser usar barba de papai Noel blz, cabelo de roqueiro Tb, dread Tb):
- blusa branca e calça jeans azul;
-sapato preto.

Pronto, só isso. Mas os aspirantes mesmo assim não conseguiram entender o recado. Recordo de ter visto gente lá de blusa vermelha, tênis branco, barba por fazer, cabelo Black Power. Um show de horror, os monitores ao invés de acharem ruim com a galera começaram a rachar os bicos, quebrando o gelo. Até por que eles sabem que seremos todos uma família dali pra frente, e não tem essa de ficar atrapalhando a vida do colega. Mas como os diretores são mais marrentos eles exigiam o mínimo de disciplina.

Lembro das aulas coletivas que tínhamos, uma vez fomos ter a primeira aula de defesa pessoal, e logo aparecem mil Jack chan’s, karatês kids e os cambal, querendo aparecer, dizendo que lutam isso ou aquilo. Até hoje não esqueço, o professo chegou no tatame e perguntou quem já tinha experiência com luta, graduação, faixa, essas coisas que não manjo muito. Nesse momento eis que surge o Paraíba gritando:

- Aqui fessor, aqui, eu.

O professor, um senhor campeão brasileiro de jiujutsu, com aproximadamente 65 anos chamou o Paraíba para testar suas habilidades. O otário foi babando em cima do velho, que acredito ter dado um gamegamerrar nele com a ponta do dedo mínimo. O puto do Paraíba caiu no chão com o pé torcido gritando igual um cabrito. Galera não agüentou e começou a rachar os bicos. Ninguém resistiu.
No outro dia estávamos na fila de formação, e sempre era feito a chamada, quem não estivesse presente tinha que justificar, quem não o fazia sofria punição, quase sempre ficar lá estudando no domingo (único dia de descanso durante o curso).
Do nada aparece o Paraíba em cima de uma bicicleta rosa de criança, daqueles Ceci, sendo empurrado por outro aspirante. Aquela cena foi hilária, devia ter uns 600 aspirantes em formação e como a entrada era por cima, todo mundo viu o Paraíba chegando. Até o carrancudo do diretor não agüentou a cena e disse “tenho que aposentar logo, já vi coisa demais nessa vida”.




Já na sala de aula conversamos com o Paraíba para saber o que aconteceu e quem teve a brilhante idéia. Ele realmente era do nordeste, e estava na capital fazendo o curso como vários outros. Portanto não tinha recursos sequer para ir ao hospital e o pé só começou a doer à noite. Foi então que segundo ele pegou o telefone e discou o 197 (telefone da PC) e falou o seguinte:

Atendente – 197 Polícia Civil no que posso ajudar?
Paraíba       -  Boa noite moça, preciso noticiar que tem um aspirante ferido.
Atendente – Não entendi senhor, pode repetir?
Paraíba        - Moça aspirante ferido, fui ferido na aula de defesa pessoal.
Atendente – Senhor aspirante, está usando o telefone da corporação para passar trote? Qual sua matricula?

O Paraíba desligou na hora o telefone com medo de sofrer alguma punição. O que era mais engraçado era a humildade dele em não ver o problema daquela situação. Realmente é um cara que tem a alma muito boa, posso falar que se equipara a uma criança.
Depois dessa empreitada Mal sucedida, o gênio teve outra. Como ele não possuía carro e outro meio de locomoção, ele viu em uma das muitas casas de aluguel que cercam a academia, uma bicicleta com rosa infantil, com os pneus furados, sem freio, toda estourada. Com o apoio do colega de quarto também aspirante, ele montou na bike e o outro cidadão foi empurrando ele para não atrasarem na formação. Porém a distância era de aproximadamente 1km e eles calcularam mal o horário. Momento em que ele chegou todo empenado e o outro aspira todo suado de tanto empurrar o colega. 
Hoje ele faz parte de uma equipe da narcóticos que prende pra caralho. Muito foda os serviços dele, com certeza já o viram na TV, mas não vou revelar a identidade.

Mudando de assunto, a maior parte das aulas da academia é teórica e quase nenhuma atividade física. Até por que o trabalho da PCMG que é de polícia judiciário é técnico científico. Eles prezam mais o intelecto que o físico. Claro que os grupos especiais que qualquer um queira entrar terá que se submeter a situações de grande rendimento. Mas só quem quiser.

Na maioria das aulas de atividade física podemos fazer o que quisermos como nadar, jogar futebol, musculação, essas coisa que tem em clubes.
 Show de bola são as aulas de TAP (técnicas de ação policial). Aqui você aprende a realizar incursões em favelas, becos, áreas de riscos. Treinamos situações com reféns na qual você de posse de uma arma de verdade com munição de festim tem que adentrar uma residência e vão aparecendo personagens em algumas plataformas. Instintivamente você tem que identificar o alvo, se é refém ou vagabundo e agir, salvar ou neutralizar, respectivamente. Mas essa ordem no começo nem sempre é seguida, kkkk. 
Por isso que treinamos para chegar a excelência e poder oferecer segurança para a população, por que o que morre de refém no começo não ta no gibi. Galera saí atirando em tudo que aparece na frente, até colega acertam kkkk.
Mas como disse, o início é difícil, depois pegamos o jeito. E como que num passe de mágica, já nas últimas aulas você percebe a evolução, a sincronia, todo mundo entrosado e os erros não existem mais.

É isso galera, depois volto aqui e converso com os senhores novamente. Vlw.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Designação e a chega a cidadezinha.




Todo edital da PCMG, bem como a lei, deixa claro e específico que todas as carreiras iniciaram suas atividades obrigatoriamente no interior e lá ficará pelo período mínimo de 3 anos, ou seja, prazo do estágio probatório.
No entanto, na prática isso nunca aconteceu dessa forma. A capital é o lugar que tem mais policiais e consequentemente mais afastamentos, aposentadorias, férias, etc. Assim sendo, sempre tem vagas iniciais pra BH e o que precisa fazer para poder garantir a sua é ir bem no curso de formação policial, que se passo na capital e tem duração podendo variar de 3 meses a 9 meses dependendo da carga horária diária.
Pois bem, durante o curso recebemos aulas de tudo relacionado à atividade, TAP (técnica de ação policia), MEAF (manejo e emprego de arma de fogo), defesa pessoal, Direito dos “manos” e por aí vai. Como já disse anteriormente, eu passei no concurso na época em que ainda me graduava e a exigência para ingresso na PCMG àquela época era nível médio. Portanto tinha que me desdobrar, das 06h às 18h30min academia de polícia, das 19h às 23h facu. Graças a Deus consegui ir bem as duas e obtive boas notas.




Durante todo período estudei com um amigo e conseguimos passar juntos no concurso, fizemos o curso de formação e o mesmo curso na facu. Quando saiu o resultado da prova final eu fiquei mais bem colocado que ele, porém já sabíamos que tinha vaga em uma cidade próxima de BH e próximo a facu que estudávamos e um parente dele possuía uma casa lá pra passar final de semana. A cidade era pequena com aproximadamente 25.000 habitantes, tinha lagoa onde pessoal se reunia e o melhor cheio de gostosinhas, peitudinhas, bundudinhas deliciosas. E um custo de vida baixíssimo, qualquer quebrado que ganhasse seus R$1.200,00 era rei.
Assim no dia da escolha da vaga se reúnem todos os novos PC’s num ginásio e lá é chamado um a um de acordo com a colocação e escolhe as vagas que ficam listadas em um telão. Geral queria BH por isso não foi difícil ficarmos na cidadezinha. Só fiquei com medo porque tinham apenas 2 vagas e escolhi primeiro que ele, portanto poderia ocorrer de outra pessoa escolher também e fuder tudo, mas corremos o risco e tudo deu certo.

Como eu nem ele tínhamos carro, pedimos meu pai pra nos ajudar a levar algumas coisas básicas, pois a casa já estava montada. Quando chegamos lá deixamos tudo no barraco e fomos dar umas voltas de carro para conhecer o local. Almoçamos e aí fui me apresentar na delegacia. Chegamos na porta tímidos, pois nunca estivemos antes em uma e fomos atendidos por uma velha fedorenta de cigarro e mal educada (contratada pela prefeitura para ajudar imaginam só o tipo). Imediatamente nos identificamos e o tratamento mudou da água para o vinho, até por que na cidade só tinha um delegado, uma escrivã e um investigador “MURALHA”. E acabara de chegar quase que 60% de efetivo para somar, além do que éramos chefes dela, depois do delegado, que é superior a todos.


O delegado nos recebeu ficou feliz pra burro, pois o lugar estava há uns 10 anos com apenas um PC e logo após fomos embora, pois só inciariamos os trabalhos em 10 dias.

Voltamos para a cidade para trabalhar, já no primeiro dia me passaram a chave da blazer para dirigir, ela é toda plotada. Achei bacana pra caramba aquilo, fiquei até emocionado.



Fomos chamados depois na câmara dos vereadores para recebermos as boas vindas e até o prefeito foi na DP para nos conhecer. Viajei na camaradagem e aproximação instantânea que se consegue tendo um cargo de leve relevância na sociedade trabalhando numa cidadezinha. Todos te olham diferente.

Agora imaginem o que arrumamos no barraco, já no segundo dia fomos apresentados por meio de um amigo a algumas gatinhas que ficam na praça conversando durante a noite, e como era férias estava lotado. Esse amigo então convidou algumas para tomar uma cervejinha lá em casa. Meu amigo era gente boa e de melhor aparência que eu, porém na capa. Eu já era mais comum como posso dizer, com o shape mais bacana, uma coisa compensava a outra. Nesse dia no barraco tinham umas 4 minas deliciosinhas e 3 caras, uma mina ficou falando sozinha ainda. Todo mundo conseguiu abater as aves, foi muito louco. Daí pra frente nossa casa foi referência de farra e mulherada nunca faltou.



Acredito que num intervalo de 3 meses comi mais mulheres que em 2 ou 3 anos. O doido é que elas comentavam umas com as outras e a mensagem corria. Todos os pais daquela região queriam suas filhas casadas com pessoas como nós, que tinham um status que pra região era boa, pois ganhávamos acima da média do salário local. Nosso salário girava em torno dependendo da época entre 4 e 5 salários mínimos, lá a média eram 1,5.
Naquele tempo a rede social que bombava era o famigerado Orkut, lembro que todo santo dia, no início, tinha gatinha pedindo solicitação de amizade, e os papos rolavam violentamente depois que eram aceitas.

A maior dificuldade que tivemos foi demorar 2 meses para recebermos, por questões burrocrática o pessoal demorou a fazer nossa inclusão no sistema, e quando chegou o quinto dia útil do primeiro mês de trabalho não vimos um centavo. Isso desesperou muita gente, pois você longe de casa gastando todas as economias e ainda não ter o ordenado. Mas tudo foi normalizado no mês seguinte e nunca mais tivemos sequer um dia de atraso, ainda bem.
Quando recebi o primeiro salário foi equivalente a 2 meses + auxílio vestimenta (recebemos esse auxílio uma vez por ano no valor de 40% do salário, é depositado em conta corrente e você faz o que quiser com ele) + férias integrais, apesar de termos trabalho só um mês no ano anterior. Tudo isso deu em torno de uns 14 salários mínimos, fiquei bastante feliz e acabei comprando bens que nunca tive oportunidade antes. Não me venham dizer que tinha que economizar e tal. Eu tinha apenas uma moto velha fudida e tava comendo mulherada, o que eu queria era curtir.
Dessa forma vendi minha moto velha e comprei uma zero (média cilindrada) e um carro popular, paguei metade à vista e a outra parte empréstimo com juros baixos pelo fato de ser servidor.

Quando apareci na área com a motoca novinha e o carango na garagem o potencial aumentou e muito. Via xanas voadoras por todos os lados e só precisa mirar o pau para acertar alguma. Meu amigo também comprou uma motoca mediana e assim seguimos os dias mais felizes da minha carreira.
Tínhamos gente da alta que nos chamavam para festas na beira da lagoa que tinha lá. Barcos, jet’s, tudo ficava lá pra nós curtimos com eles. Pessoal fazia questão de te nossa companhia e na verdade viraram nossos amigos de verdade, até hoje temos contato.

Depois conto como foi o declínio, meu amigo começou a namorar com uma mediana e casou, está na cidadezinha até hoje. Eu comecei a namorar, mas quando acabei a facu, tive que voltar pra capital, mas isso são causos para outro post.





quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

CAVALO DE TRÓIA




Tentarei postar uma ou duas vezes por semana, não posso garantir os dias exatos ainda. Até por que às vezes tenho que viajar a trabalho, e tem lugar que vamos que não pega nem celular.

Outra coisa, não irei postar em ordem cronológica os acontecimentos por uma questão de segurança, pois alguns casos podem ser identificados e os pila se sentirem constrangidos.

Pois bem, fui convocado certa vez para realizar uma investigação referente a roubo de cargas em certa rodovia federal que cruzava a comarca que eu trabalhava. O “modus operandi” dos pila eraM sempre os mesmos, eles escoltavam os caminhões que seriam roubados até uma área mais remota da rodovia. Normalmente a ação acontecia com dois veículos sendo que cada um era ocupado por 4 indivíduos, um em cada janela.

O carro que ia a frente é conhecido como “PARA”, pois ele se posiciona na frente do alvo enquanto o segundo carro acompanhava ao lado, assim os vagabundos enquadram o motorista que não consegue avançar porque tem o outro veículo a sua frente.

Vocês podem se perguntar, mas por que o caminhão não atropela o carro que está à frente. Simples, porque ele tem normalmente duas pistolas apontadas pra cabeça, normalmente uma arma longa, como calibre 12 e uma submetralhadora. Sem contar que os fdp’s da frente também apontam armas.

O caminhoneiro reduz então a velocidade, mas não pode parar, pois tem o rastreador que sinaliza a central caso isso aconteça. Assim os pilas entravam pela porta do motorista com o carro em movimento. Parece filme, pois é tenho gravações com essa cena. Depois eles usam um aparelho que bloqueia o sinal de dentro da cabine e fazem a festa.

Só conseguimos identificar a quadrilha pelas câmeras instaladas em um dos caminhões. Pegamos a placa do veículo a frente que estava em nome da mãe de um dos pilas. Vacilão kkkk.

Fizemos o levantamento do local onde o vagaba morava e ficamos filmando o movimento da turma de longe, por aproximadamente 9 dias. Descobrimos que a maior parte da carga roubada ia para um sítio da família dele. Montamos um esquema de topografia para poder ficar o máximo de tempo por perto sem chamar a atenção, e como a área é de sítio, nada mais normal que fotografar a região. Casou direitinho, visto que o que filmávamos na verdade eram as cargas que iam chegando e eles nem desconfiaram.

Com a certeza que o sítio estava lotadinho de carga roubada, montamos a operação para dar o pulão. Porém não podíamos chegar como normalmente fazemos, ou seja, com o raiar do sol por volta das 06:00 enfiamos o pé na porta e emburamos pra dentro. Primeiro por que o sítio era grande pra caralho e podia ter vagaba dando fuga. Segundo o muro que era alto pra porra. Terceiro era dois baitas de cachorro que ficavam soltos de noite e ia fuder com o barulho quando chegássemos.

Daí que vem o “CAVALO DE TRÓIA”, conhecido na polícia como meio de chegar até os vagabas disfarçados sem que eles desconfiem assim podemos as vezes cumprir o dever sem nenhum ferido, por parte deles né.

Foi aí que o inspetor teve a ideia de solicitar um caminhão da prefeitura que fazia a limpeza de áreas com risco de proliferação da dengue.

Dia D.

Esperamos a maior parte dos vagaba chegarem no sítio, pois dificilmente conseguiríamos pegar todos no flagrante e no mesmo local. Apesar que já tínhamos mandados de prisão e busca e apreensão na mão, era melhor ainda dar a cana com a mercadoria lá.

Assim quando constatamos que 5 deles estavam no local, isso por volta das 15h, soltamos no rádio o ok. Veio então dirigindo o caminhão “Cara de cavalo”, e no passageiro, “Muralha” (vocês conhecerão esse ainda, kkk, racho só de lembrar), e no fundo no baú, 8 policiais de outra cidade que vieram dar apoio (eu era um desses, foi minha primeira vez num cavalo de tróia).

Quando o caminhão entrou na casa, o sinal para que nós saíssemos seria o simples e espontâneo “OPA” soltado pelo “MURALHA”, típico da roça onde trabalhávamos. Nesse momento todo mundo armado desceu do caminhão, já ganhamos dois dos pilas que estavam no quintal e outros 5 polícia cercaram a casa enquanto outros 3 emburacaram pra dentro. Pegamos eles literalmente cagando, com a carga roubada, as armas, e de quebra quase um quilo de maconha. Os outros integrantes da quadrilha foram presos posteriormente, mas sem a devida emoção do dia.

No final com toda a adrenalina, todo o sangue no olho que você fica, pois não sabe o que vai rolar, eu vi que aquilo realmente me fazia feliz, apesar dos pesares.


Vlw galera até mais.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O início.

Olá caros amigos!


Com muito prazer e depois de muito ver o interesse de várias pessoas em relação ao assunto, consegui tempo e inspiração (eu acho kkkk) para iniciar essa pequena contribuição a todas as pessoas que pensam em ingressar nas polícias do nosso Brasil.

Como a devida cautela própria do investigador de polícia, não passei todos os dados corretos em relação a minha pessoa, porém irei deixar alguns para que os leitores tenham uma ideia.

Tenho entre 25 e 30 anos de idade, formação superior, resido em Belo Horizonte-MG, sou apaixonado por finanças e procuro a tão sonhada independência financeira.


Inicialmente relatarei o motivo que me fez ingressar na Polícia Civil de Minas Gerais.

Nunca tive parente ou amigos que fossem da polícia ou qualquer área da segurança pública. Porém sempre tive interesse em ingressar no serviço público pela segurança financeira. Diante dessa situação pesquisei qual concurso iria suprir inicialmente minhas necessidade, visto que eu ainda estava na época de faculdade e tinha um emprego ruim que me pagava 1/3 do que ganho hoje.

Pronto percebi que o cargo de investigador de polícia era o que eu procura:

1º Motivo: Era polícia, eu teria moral, e não tem nada de militarismo. Acho bacana o militarismo para ver, no entanto, para viver já tive notícias de que é uma merda.

2° Motivo (mais relevante): Na época eu tinha uma namorada e queria me casar com ela. Assim eu buscava uma segurança para formar uma família.

Pois bem assim eu fiz, comecei a acompanhar diariamente o site www.pciconcursos.com.br, para me informar de todos os concursos que estavam abertos e dos que iriam sair. Nesse intervalo de tempo, minha namorada me deu um pé na bunda pra ficar com o supervisor dela. fiquei muito mal, tinha mais de 1 ano de namoro, era um BETA nível HARD. Pensei em abandonar tudo, até a facu (hoje sinto vergonha disso).
Mas consegui força e continuei a caminhada. Certo dia estava eu navegando no PCI quando me deparo com o edital da PCMG. Fiquei eufórico no momento, sem reação, tremia. Pois eu já estava a quase 4 meses esperando esse momento, mas mesmo assim ainda não tinha começado os estudos.

Percebi entre a abertura do edital e a prova tinha o período de quase 6 meses, e era esse tempo que tinha para me preparar. Na mesma hora entrei em um site de um cursinho aqui de Belo Horizonte, que abriu vagas para o final de semana especificamente para este concurso, e então me matriculei. Lembro que no primeiro dia comecei a organizar o material que constava no edital e separá-lo.
Assim iniciei os estudar igual um retardado, todo o tempo que tinha eu estudava, fiz daquilo um objetivo de vida e de certa forma foi assim que esqueci daquela vaca que me traiu. Estudava até quando chegava da facu. Eu tive muita dificuldade com a matéria que era de ensino médio, e como sempre estudei em periferia nunca tive boas oportunidades no que diz respeito a estrutura escolar.

Assim depois de vários meses estudando inclusive todo sábado e domingo, sem intervalos mesmo saiu o resultado da prova. E para minha surpresa entre quase 30.000 inscritos fiquei entre os 50 primeiros colocados. Nunca tive uma sensação tão louca de consegui o que você tanto almejou.

Lembro que abracei até uma mina que trabalhava comigo e eu não conversava com ela porque era uma paty de merda. Mas talvez a abracei sabendo que não mais a veria naquele escritório. E numa mistura de sentimentos fiquei feliz por aquilo.

Assim termino o primeiro relato, ao longo do tempo irei postar periodicamente como foi o curso de formação e o início dos trabalhos e quantos amigos já se foram nesse tempo (morreram ou pediram pra sair).

A lembra a namorada que me largou, então outro dia estava eu passando de carro num baita calor, com os vidros fechados, ar condicionado no talo (meu carro é um adventure) e eis que a vejo com duas crianças filhos dela naquele sol de lascar, ela uns 200kg mais gorda e mãe solteira. Fiquei com dó das crianças, se eu pudesse daria carona só pra elas, mas não deu.

Mundo dá volta. kkkkkkk