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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

600cc



Como comentei anteriormente, sempre fui apaixonado por motos. O sonho de consumo era ter uma 4 cilindros, pois o ronco do motor é inigualável. Sempre babava quando via alguém passando pela rua em um canhão desses, ficava comparando a motocicleta a um monstro feroz e indomável em que necessitava das mais extremas habilidades do condutor para controlá-lo.

Foi então que um dia peguei a calculadora e coloquei no papel o sonho que almeja havia tempo. Investir era preciso, sempre tive consciência. Porém eu tinha um plano traçado. As pessoas em geral quando querem muito alguma coisa se esforçam e movem mundo e fundos para atingir o objetivo, no entanto, quando o objetivo é conquistado, rapidamente ele perde importância e invariavelmente é deixado de lado. Sabedor dessa situação fiz uma meta de comprar a motoca e ficar com ela um tempo só pra ter o gostinho e posteriormente vendê-la. Sabia que ia perder uma graninha, mas era o preço que eu ia pagar para realizar o sonho.

Foi então que pesquisei o modelo com melhor custo benefício e claro optar por pegar uma usadinha conservada. Pelo valor do mercado o que mais compensava eram as “naked”. Pois as esportivas carenadas eram muito mais caras. Depois de decidir pelo estilo foi pesquisar as marcas, onde levei em consideração pós venda, reposição de peças, revenda, etc. Fiquei na dúvida entre a hornet da Honda e XJ6 da Yamaha. Cheguei à conclusão e acabei escolhendo a XJ6 pelos seguintes motivos:





- Yamaha tem um puta prestígio com motos de alta cilindrada (Honda também);
- O valor que eu tinha disponível para comprar a XJ6 do ano 2012 dava pra comprar um hornet ano 2008;
- A XJ6 é mais urbana e te dá maior mobilidade nos corredores, já a hornet é mais agressiva e sempre anda em alta rotação;
- XJ6 tem um design mais harmonioso pra mim.
Mas o que mais pesou mesmo na escolha foi o valor que paguei. Comprei-a de segundo dono e já estava com o cano preparado 4x1 (tiozão do Youtube), com manetes especiais e slider. Só em equipamentos ela tinha algo em torno de R$2.500,00. A FIPE dela na época era R$23.000,00 e acabei pagando R$ 21.500,00 e ainda com apenas 30.000km rodado. 

No mesmo dia que vi a moto fiquei apaixonado, quando o dono ligou para eu ouvir o barulho fiquei estarrecido. No dia seguinte peguei a moto. Foi simplesmente um tesão montar naquela máquina, onde eu passava a galera ficava olhando, pois o cano do Atalla é muito foda. Rapidamente mudei foto do perfil do Whatsapp e como num passe de mágica as perversas que eu nem lembrava mais começaram a mandar “e ai sumido”, “bom dia”, “que ta arrumando”...



 Como não sou neném passei o rodo geral e aproveitei do que o poder da ostentação tem a oferecer. Participei de um grupo de motociclistas também, galera muito legal e dá para fazer muitos contatos, pois em geral são pessoas bem sucedidas e é sempre bom estar perto de alguém que possa agregar valor. Viajei com a lambreta também, e um dos motivos do meu último post citar que se eu fosse viajar seria de moto.

Passado algum tempo eu já não estava tão empolgado com ela. Já tinha aproveitado muito e chegou a ficar um mês parada na garagem pegando poeira. Conclui que tinha chegado a hora de me desfazer e não foi com pesar, pois já tinha curtido uma boa dose de emoção e adrenalina. O bom é que peguei ela com documentos pagos curti uns 9 meses e vendi sem ter necessidade de pagar os documentos novos. O custo foi o seguinte:

- Aquisição R$21.500,00;
- Revisão, troca de óleo, pastilhas, filtros e fluído de freio R$250,00;
- Relação de boa marca, porém não era original R$450,00;
- Total de R$22.200,00
- Venda R$20.500,00

Total gasto para curti um sonho durante 9 meses e até chegar ao ponto de enjoar R$1.700,00 dividido por 9 meses deu R$188,88.

Acho que valeu a pena ter tido a chance de realizar um objetivo, conhecer pessoas super legais, ter captado mulheres e sentir o prazer de ser desejado e invejado por ter um bem que a maioria não pode.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Quanto eu preciso para ter uma vida tranquila



Quem nunca se pegou pensando no montante de grana que seria necessário para ter uma boa vida? Acredito que todos! Nós que temos pensamentos voltados a Independência financeira invariavelmente somos pegos pelas divagações acerca do tema. Com muita propriedade posso dizer que os aportadores realizam cálculos e mais cálculos, gastando infindáveis horas de seu entediante dia com essa questão. O pior é imaginar que essas contas – pelo menos comigo – são refeitas periodicamente e quase sempre chego ao mesmo resultado. Mas e daí? Gosto disso, pois pelo menos por alguns instantes me sinto vivendo esse momento lúdico, tão importante para me manter no jogo. 

No momento em que esquematizo o plano no papel, parece que será fácil de concretizar, ou seja, é perfeitamente tangível. Parte desse sentimento vem das ciências exatas que quando usadas de forma lógica cumprem e lacram as lacunas e imprevistos que passamos na vida. O papel aceita tudo, porém a vida é instável. Mas o norte a ser seguido é um divisor de águas que auxilia a vida do aportador. Por isso como sempre me pego pensando quanto eu precisaria para poder ter uma vida tranquila, resolvi fazer um pequeno esboço dos gastos e valores que necessitaria para atingir esse objetivo. Lembrando que prezo muito mais o bem estar e viagens do que a ostentação social que hoje é difundida. Então realizei o rascunho seguindo uma ideia de nômade, já que eu teria o tempo livre, que fosse conhecendo lugares. Também há de se considerar que pretendo conhecer locais mais acessíveis, pois assim tenho poder de aporte e vez ou outra poderia conhecer lugares tops. Os valores apesar do câmbio são quase fieis a roteiros pela Europa, claro se for de mochilão. 

Após realizar pesquisas percebi que o montante de 7k de renda líquida é suficiente para se manter um homem solteiro, com casa e carro de médio padrão ou moto se preferir, desde que ainda seja um pouco frugal (todo aportar sempre será). Assim durante um mês eu focaria em conhecer os mais variados locais e para isso me hospedaria em pousadas no hotel urbano, grupons, hostel, e se alimentar nos restaurantes locais das cidades, ou seja, nos mesmos em que os trabalhadores comem, ao preço médio de R$15,00 a alimentação. 

Então vamos lá. Viajem de moto (curto muito):

- Aproximadamente R$ 250,00 mês, de combustível, rodando uns 1.200km;

- Gastos e manutenção com a moto algo em torno de R$150,00 mês;

 - Almoço e janta durante uns 20 dias, R$ 600,00;

 - Hospedagem durante 20 dias, R$ 1.600,00 - considerando R$80,00 por dia (aqui normalmente ganha o café da manhã);
 - Lanches e coisinhas durante os 20 dias, R$1.200,00 - considerando R$60,00 por dia.



Isso é só um esboço e o grosso ficou próximo de R$3.800,00 e ainda sobrariam outros R$3.200,00 para bancar contas fixas de uma possível moradia, água, luz (que é meu caso, tenho o barraco que é minha casa própria).
Minha situação concreta, pago R$20,00 de água e R$ 50,00 de energia elétrica, ficando em casa o mês todo, como estarei viajando nem vou gastar tanto assim. Além de que conseguiria uma internet móvel pagando algo em torno de R$120,00 mensais. Diluído esses gastos sobrariam outros R$3.000,00 que seriam gastos em R$ 1.000,00 de aporte e os outros R$2.000,00 em mais ou menos curtição de acordo com oportunidade e mês. Levando em consideração que tem mês que temos contas extras, mas com toda certeza o sobressalente seria novamente reinvestido. 

Sei lá, acho que dessa forma eu me consideraria rico. Acham que to viajando na maionese?