Total de visualizações de página

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Crise econômica e adaptações






Quem tem o espírito poupador normalmente não sente as ondas da crise financeira com tanta intensidade. No meu caso menos ainda, pois como sou servidor público o salário sempre vem, salvo algumas exceções a exemplo do Rio de Janeiro e outros estados que estão tendo dificuldades em cumprir com a folha do pessoal.

No entanto, tenho observador pessoas próximas e até familiares que estão a ponto de ter um colapso com a situação que a crise tem afetado suas vidas. Algumas dessas pessoas perderam o emprego e com isso parece que a própria vida, pois está sendo comum o número de lamentações e ataques claros de depressão com pensamentos obscuros. Em uma primeira analise não é possível entender o porquê de tal situação vez que é da própria essência da vida a mutação, seja ela no relacionamento, na vizinhança, nas ocupações como no emprego. 

Porém para o observador mais atento e que conseguiu acompanhar o mercado financeiro é fácil entender a situação dessas pessoas. Há pouco tempo atrás todos nós fomos bombardeados pelo “marketing” do consumismo exacerbado, da ostentação e do mundo elegante ao qual ninguém que eu conheço pertence. Tempos anteriores na época da bonança foi comum ver amigos desfilando em carros bem acima do que eles possuíam em patrimônio, financiados a perder de vista. Viagens dignas de “sheik árabe”, regadas a bebidas importadas e sempre tudo registrado nas “self”. 

Por diversas vezes ficava imaginando o quanto eles eram sortudos na vida por ter o poder de fazer tudo àquilo que boa parte da população não tem acesso. Por outras vezes fui duramente criticado por ter uma vida simples, módica, sem extravagâncias, porém muito divertida e regada a churrasco e cerveja (não abro mão). Hoje dá uma puta vontade de ir lá e vomitar na cara dos lamentadores sem emprego tudo o que eles me criticavam e aconselhavam como se fossem os gurus da felicidade. 

Alguém pode dizer que pelo menos eles conquistaram experiências que sem dúvida levaram para a vida, ou o clichê - "caixão não tem gaveta".  Para essas afirmações eu tenho a resposta. Experiências? Quais? Talvez somente a do presente com seus sintomas de depressão e divagações se valem à pena ou não viver essa vida de desemprego e sem “luxo”. Caixão realmente não tem gaveta, no entanto, não tenho planos de morrer por um bom tempo, então tento ser educado financeiramente para não passar por esses dissabores da vida. Ou pelo menos tento minimizar a tempestade que iremos atravessar. Agora quem não teve o zelo e respeito suficiente com ele e principalmente familiares de projetar uma vida honesta, digna e respeitável, e trocou por um curto período de ostentação e superficialidade não merece meu respeito.

Às vezes o texto soou em um tom de desabafo, talvez até seja. Pois estou cansado de ver cidadão com poder aquisitivo de serviços gerais nível I tirar onda comigo por ter tido isso ou aquilo e quando a coisa fecha para o lado dele vem pedindo dinheiro ou pensando coisas obscuras.  


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Tá duvidando por quê?









Hoje vou contar algumas situações inusitadas que acontecem com alguém que faz parte da polícia judiciária – isso mesmo tão somente com a POLÍCIA JUDICIÁRIA – que segundo a Constituição da República cabe apenas à Polícia Federal no âmbito da União e Polícia Civil nos Estados. Por isso é uma polícia repressiva que tem o fim de investigar e atuar no momento em que o policiamento preventivo não foi eficaz.
Diante dessas considerações não há qualquer empecilho nas polícias judiciárias no que tange a vestimenta ou estilo pessoal. Sendo assim é comum a galera da PC ser alternativa na forma de corte de cabelo, tatuagens, roupas, ou seja, não há o rigor imposto pelas polícias preventivas sejam elas militares como PM’s, ou civis como PRF e guardas municipais. 



Dessa forma a investigação fica muito mais fácil, pois é bem menos improvável os “pilas” desconfiarem de quem chega com cabelo estilo rockeiro, com os dois braços e pescoço fechados de tatuagem. E diante dessa situação o “pulão” várias vezes fica em cheque. Vou explicar melhor. Vagabundo não entende nada quando repentinamente aparece um colega como o descrito acima com arma apontada e distintivo no peito. Pelo que já percebi nesse momento vem um misto na mente dele e acredito que pensa dessa forma “Puta que pariu, saporra é polícia ou alemão”, e eu racho, kkkkk. Por isso sempre trabalhamos com superioridade e sempre com os colegas caracterizados na contenção para não dá merda. 



O bom desse tipo de serviço é que ele não te prende em padrões determinados, a não ser em dias de operação em que você coloca o uniforme preto (uniforme e não farda, pois somos civis). Só para vocês terem uma ideia tenho amigos de todos os estilos, desde o formal e social até o rockeiro, do rap, do reggae, etc.Já trabalhei com cabeludo, careca, moicano, topete, os carai a quatro.

Eu por exemplo tenho várias tatuagens o total passa de duas mãos cheias e graças a Deus nunca tive olhares estranhos por parte dos colegas, muito pelo contrário todos me respeitam e admiram o meu trabalho e não me julgam pela aparência. Analisando a área da eficiência creio que essa metodologia de trabalho torna a pessoa muito mais produtiva, porque não tira a essência do servidor. Olhem por exemplo as maiores companhias de tecnologia são muito bem sucedidas a exemplo da Google, Microsoft e todos os funcionários são liberados para trabalhar da forma que querem o que por certo os tornam mais criativos e produtivos.

E você, trabalha da forma que quer ou tem várias imposições?

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

600cc



Como comentei anteriormente, sempre fui apaixonado por motos. O sonho de consumo era ter uma 4 cilindros, pois o ronco do motor é inigualável. Sempre babava quando via alguém passando pela rua em um canhão desses, ficava comparando a motocicleta a um monstro feroz e indomável em que necessitava das mais extremas habilidades do condutor para controlá-lo.

Foi então que um dia peguei a calculadora e coloquei no papel o sonho que almeja havia tempo. Investir era preciso, sempre tive consciência. Porém eu tinha um plano traçado. As pessoas em geral quando querem muito alguma coisa se esforçam e movem mundo e fundos para atingir o objetivo, no entanto, quando o objetivo é conquistado, rapidamente ele perde importância e invariavelmente é deixado de lado. Sabedor dessa situação fiz uma meta de comprar a motoca e ficar com ela um tempo só pra ter o gostinho e posteriormente vendê-la. Sabia que ia perder uma graninha, mas era o preço que eu ia pagar para realizar o sonho.

Foi então que pesquisei o modelo com melhor custo benefício e claro optar por pegar uma usadinha conservada. Pelo valor do mercado o que mais compensava eram as “naked”. Pois as esportivas carenadas eram muito mais caras. Depois de decidir pelo estilo foi pesquisar as marcas, onde levei em consideração pós venda, reposição de peças, revenda, etc. Fiquei na dúvida entre a hornet da Honda e XJ6 da Yamaha. Cheguei à conclusão e acabei escolhendo a XJ6 pelos seguintes motivos:





- Yamaha tem um puta prestígio com motos de alta cilindrada (Honda também);
- O valor que eu tinha disponível para comprar a XJ6 do ano 2012 dava pra comprar um hornet ano 2008;
- A XJ6 é mais urbana e te dá maior mobilidade nos corredores, já a hornet é mais agressiva e sempre anda em alta rotação;
- XJ6 tem um design mais harmonioso pra mim.
Mas o que mais pesou mesmo na escolha foi o valor que paguei. Comprei-a de segundo dono e já estava com o cano preparado 4x1 (tiozão do Youtube), com manetes especiais e slider. Só em equipamentos ela tinha algo em torno de R$2.500,00. A FIPE dela na época era R$23.000,00 e acabei pagando R$ 21.500,00 e ainda com apenas 30.000km rodado. 

No mesmo dia que vi a moto fiquei apaixonado, quando o dono ligou para eu ouvir o barulho fiquei estarrecido. No dia seguinte peguei a moto. Foi simplesmente um tesão montar naquela máquina, onde eu passava a galera ficava olhando, pois o cano do Atalla é muito foda. Rapidamente mudei foto do perfil do Whatsapp e como num passe de mágica as perversas que eu nem lembrava mais começaram a mandar “e ai sumido”, “bom dia”, “que ta arrumando”...



 Como não sou neném passei o rodo geral e aproveitei do que o poder da ostentação tem a oferecer. Participei de um grupo de motociclistas também, galera muito legal e dá para fazer muitos contatos, pois em geral são pessoas bem sucedidas e é sempre bom estar perto de alguém que possa agregar valor. Viajei com a lambreta também, e um dos motivos do meu último post citar que se eu fosse viajar seria de moto.

Passado algum tempo eu já não estava tão empolgado com ela. Já tinha aproveitado muito e chegou a ficar um mês parada na garagem pegando poeira. Conclui que tinha chegado a hora de me desfazer e não foi com pesar, pois já tinha curtido uma boa dose de emoção e adrenalina. O bom é que peguei ela com documentos pagos curti uns 9 meses e vendi sem ter necessidade de pagar os documentos novos. O custo foi o seguinte:

- Aquisição R$21.500,00;
- Revisão, troca de óleo, pastilhas, filtros e fluído de freio R$250,00;
- Relação de boa marca, porém não era original R$450,00;
- Total de R$22.200,00
- Venda R$20.500,00

Total gasto para curti um sonho durante 9 meses e até chegar ao ponto de enjoar R$1.700,00 dividido por 9 meses deu R$188,88.

Acho que valeu a pena ter tido a chance de realizar um objetivo, conhecer pessoas super legais, ter captado mulheres e sentir o prazer de ser desejado e invejado por ter um bem que a maioria não pode.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Quanto eu preciso para ter uma vida tranquila



Quem nunca se pegou pensando no montante de grana que seria necessário para ter uma boa vida? Acredito que todos! Nós que temos pensamentos voltados a Independência financeira invariavelmente somos pegos pelas divagações acerca do tema. Com muita propriedade posso dizer que os aportadores realizam cálculos e mais cálculos, gastando infindáveis horas de seu entediante dia com essa questão. O pior é imaginar que essas contas – pelo menos comigo – são refeitas periodicamente e quase sempre chego ao mesmo resultado. Mas e daí? Gosto disso, pois pelo menos por alguns instantes me sinto vivendo esse momento lúdico, tão importante para me manter no jogo. 

No momento em que esquematizo o plano no papel, parece que será fácil de concretizar, ou seja, é perfeitamente tangível. Parte desse sentimento vem das ciências exatas que quando usadas de forma lógica cumprem e lacram as lacunas e imprevistos que passamos na vida. O papel aceita tudo, porém a vida é instável. Mas o norte a ser seguido é um divisor de águas que auxilia a vida do aportador. Por isso como sempre me pego pensando quanto eu precisaria para poder ter uma vida tranquila, resolvi fazer um pequeno esboço dos gastos e valores que necessitaria para atingir esse objetivo. Lembrando que prezo muito mais o bem estar e viagens do que a ostentação social que hoje é difundida. Então realizei o rascunho seguindo uma ideia de nômade, já que eu teria o tempo livre, que fosse conhecendo lugares. Também há de se considerar que pretendo conhecer locais mais acessíveis, pois assim tenho poder de aporte e vez ou outra poderia conhecer lugares tops. Os valores apesar do câmbio são quase fieis a roteiros pela Europa, claro se for de mochilão. 

Após realizar pesquisas percebi que o montante de 7k de renda líquida é suficiente para se manter um homem solteiro, com casa e carro de médio padrão ou moto se preferir, desde que ainda seja um pouco frugal (todo aportar sempre será). Assim durante um mês eu focaria em conhecer os mais variados locais e para isso me hospedaria em pousadas no hotel urbano, grupons, hostel, e se alimentar nos restaurantes locais das cidades, ou seja, nos mesmos em que os trabalhadores comem, ao preço médio de R$15,00 a alimentação. 

Então vamos lá. Viajem de moto (curto muito):

- Aproximadamente R$ 250,00 mês, de combustível, rodando uns 1.200km;

- Gastos e manutenção com a moto algo em torno de R$150,00 mês;

 - Almoço e janta durante uns 20 dias, R$ 600,00;

 - Hospedagem durante 20 dias, R$ 1.600,00 - considerando R$80,00 por dia (aqui normalmente ganha o café da manhã);
 - Lanches e coisinhas durante os 20 dias, R$1.200,00 - considerando R$60,00 por dia.



Isso é só um esboço e o grosso ficou próximo de R$3.800,00 e ainda sobrariam outros R$3.200,00 para bancar contas fixas de uma possível moradia, água, luz (que é meu caso, tenho o barraco que é minha casa própria).
Minha situação concreta, pago R$20,00 de água e R$ 50,00 de energia elétrica, ficando em casa o mês todo, como estarei viajando nem vou gastar tanto assim. Além de que conseguiria uma internet móvel pagando algo em torno de R$120,00 mensais. Diluído esses gastos sobrariam outros R$3.000,00 que seriam gastos em R$ 1.000,00 de aporte e os outros R$2.000,00 em mais ou menos curtição de acordo com oportunidade e mês. Levando em consideração que tem mês que temos contas extras, mas com toda certeza o sobressalente seria novamente reinvestido. 

Sei lá, acho que dessa forma eu me consideraria rico. Acham que to viajando na maionese?