Recebi
uma informação através de um novo companheiro de equipe, já já conto sobre a
peça, que havia um indivíduo foragido em uma determinada região, não vou
revelar a bronca. O “x” passou o canal que ele estaria ficando em uma casa
abandonada no meio de uma mata fechado e teria pego com outro vagabundo uma
pistola .380 para se resguardar. Sendo assim pegamos a viatura e fomos a procura do nosso alvo.
O “x”
tinha revelado somente a região e o primeiro nome do “pila” que aqui tratarei
ficticiamente como Cuzão (por que é o que todos vagabundos são). Cuzão estava
em uma área de mata bem densa e que não chegava veículos de quatro rodas,
apenas motocicleta. A informação veio de uma sacola (amante) de um amigo que
informou todo o fato, pois ficou sabendo da notícia no pequeno distrito em que
reside.
Dessa
forma tínhamos a região e o nome. Gastamos uma manhã inteira para conseguir
identificar a área com precisão. Andamos algumas horas em estradas de terra
esburacadas na condução de um pseudo carro digno do desenho dos Flintstone,
infelizmente com a janela aberta tamanho era o calor que fazia, e infelizmente
com as narinas entupidas de poeira que cada carro deixava em nós ao cruzarmos o
caminho.
Ao
chegarmos na fazenda indicada que dava acesso a mata, cumprimentamos o
proprietário do local que nos receber muito gentilmente, explicamos o motivo de
estarmos em suas terras e ele confirmou que teria uma casa abandonada nas
bandas de sua propriedade mesmo e que teria visto um individuo com cara de
andarilho com as mesmas características físicas do Cuzão.
Ficamos
em um primeiro momento empolgado com a situação, só no primeiro momento, porque
depois que começamos a deslocar a pé nas trilhas do mato com o sol escaldante e
a folhagem seca rasgando a pele nos arrependemos na hora. Mas já estávamos ali
não íamos voltar atrás. Pra completar os fdp dos mosquitos queriam a todo custo
meu pobre e alcoólico sangue. Que grande merda.
Visualizamos
de longe a choupada do jovem cuzão, fizemos o local e percebemos que não dava
para ele nos surpreender, assim aguardamos um tempo para ter certeza que nada
daria errado e demos o pulão.
Meu
parceiro cercou a parte de trás do barraco que tinha uma saída e eu a frente.
As janelas estavam abertas, ou melhor, entrei no buraco da janela por que essas
já não haviam. Concomitantemente meu parceiro entrou pela porta de trás e em
alto e bom som entoamos o famoso “polícia porra, perdeu”. Nesse momento
imediatamente saímos correndo em desabalada carreira.
Só
vi a arma em punho na mão do colega apontada pra cima e eu a passos largos
correndo para fora da casa, também na mesma posição instintiva. Assustamos-nos
muito e demoramos alguns segundos para entender o que havia se passado. O
coração palpitando e a adrenalina a mil. Não vimos ninguém na casa, mas algo
nos espantou de lá mais rápido do que o barulho do estampido de um tiro a
poucos metros do alvo.
Sabe
o que era? A porra de um milhão de morcegos gigantes do tamanho do BATMAN. Puta
que pariu porra, ao entrarmos e gritarmos igual louco para mostrar a
superioridade para o Cuzão os morcegos acordaram do sono profundo e começaram a
voar loucamente em todas as direções. Parceiro sem mentira devia ter uns 30
desses ratos com asas. Velho muito tenso a situação. Demoramos uma cara na
porta do barraco para ter coragem de entrar novamente. Dois marmanjos portando
cada uma .40 e uma calibre .12 na bandoleira do colega com medo do sangue
sugas.
Nesse
momento disparamos a rir já que pelo menos constatamos que o Cuzão não estava
lá. Depois da tensão entramos e percebemos que não ia ninguém ali há muito
tempo e que a informação era furada. Na saída havia uma caixa de maribondos
gigantes na entrada do barraco e eu nem havia percebido. Era do tamanho de uma
bola de futebol. Eu que sou atentado pra caralho falei com o parça (meio gordo
e não aguenta correr muito) se prepara por que vou derrubar saporra. Ele
implorou para que eu não fizesse, mas já estava com uma manga na mão. Foi só
uma lenhada que pegou no meio da caixa de maribondos. Subiu uma nuvem preta,
nesse momento corri igual maratonista e o colega vomitando os bofes lá trás.
Sorte que os maribondos não nos seguiram e ninguém saiu ferido.
Depois
conto a continuação da diligência, pois fomos a três fazendas no mesmo dia e
encontramos onde ele realmente estava ficando. Vlw.